quarta-feira, 22 de abril de 2015

Damballa - a serpente do Vodoun


Vodu haitiano


O primeiro carregamento de escravos para o Haiti foi em 1510.
Tal como no Brasil, a vinda dos daomeanos é posterior, datando do século dezenove.
Suas cerimônias centralizavam-se na adoração do deus-serpente Dan através do cantar, do dançar, e da possessão por espíritos.
Damballa corresponde ao vodun Dan dos daomeanos.
Por isso é um dos espíritos mais reverenciados no Vodu Haitiano.
Pertence à família Rada dos ancestrais daomeanos.
No Haiti ele é considerado o pai de todos os espíritos, e entidade da criação ao lado de sua companheira Ayido Wedo.
Algumas de suas cantigas rituais indicam que ele carrega os ancestrais nas costas até Ginen, o lar dos espíritos e da vida eterna.
Além de ser casado com Ayido Wedo, possui outra companheira, Erzulie Freda.
Por ser loa da criação e de raiz africana, usa a cor branca dos Rada.
Suas oferendas são bem simples, a mais conhecida é o ovo sobre um montículo de farinha.
Algumas casas costumam oferecer-lhe anisette com Karo, xarope de milho.
Quando incorpora em um iniciado, não fala apenas silva como uma cobra.
Na maior parte dos locais de culto é sincretizado com São Patrício e Moisés.
Recebe outros nomes como Damballa Weddo (ou Wedo), Damballah Weddo, Danbhala Weddo.




sábado, 18 de abril de 2015

Os Aghoris- culto canibal na Índia

A Índia é uma terra de vários seita e religiões. Fora de sua vastidão de crença, a seita conhecida como Aghori ou sadhus Aghori (sadhu significa sábio) é única. Aghori Sadhu é associado com canibalismo e rituais utilizando crânios humanos e animais sacrifices.Aghoriss distinguem-se das outras seitas hindus por seus rituais alcoólicas e canibais. Aghoris na Índia estão além da imaginação humana, com seus rituais e práticas misteriosas. (Aviso: Esses vídeos nesta página contêm imagens que alguns espectadores podem achar angustiante.)


Aghoris coma sobraram de cadáveres humanos, nas margens do rio Ganges. Eles bebem em uma tigela feita de crânio humano. Eles se aplicam cinzas da pira humano. Eles são os seguidores de Deus Hindu - Lord Shiva, eles são o "Aghoris".Um lugar considerado terrível por outras pessoas é o lar de Aghoris, o campo de cremação Hindu. Fora dos vários seita do sacerdote hindu, a mais extrema e o mais temido de todos são a Aghoris. O termo "Aghori" é derivado da palavra em sânscrito - "Aghor", que tem vários significados. Aghor significa não esquecer ou não-terrível em um perspectivas. E por outro lado, isso significa ausência de escuridão. Agor implica um simples e um estado natural de consciência em que não há medo ou nojo. Mas, ao contrário, os Aghoris têm rituais que viu como sendo desgostoso e temido por pessoas comuns. Quanto à seita Aghori, o verdadeiro significado das termAghoriis aquele que não tem medo e que não discrimina. Os seguidores de Lord Shiva, o mais poderoso de todos os deuses hindus e considerados como um destruidor.

 
A prática de canibalismo, animal e sacrifícios humanos estão sobretudo relacionadas com rituais tântricos dos adoradores da deusa-mãe em qualquer uma forma de adoração - Kali, Dhurga, Kamakhya ou Chammunda
A vida de um Aghori Sadhu não é fácil, para se tornar como eles tem de se meditar sobre 12 anos e preencher certos rituais, sob a orientação de um guru Aghori a fim de reforçar uma força espiritual. Aghoris usar madeiras de pira, roupas de corpos mortos, e as cinzas dos corpos queimados para os vários rituais. Existem certas regras deve seguir para se tornar um Aghori.Em primeiro lugar um Aghori deve encontrar um professor e fazer o que o professor lhe diz para fazer. E Aghori deve encontrar um crânio humano conhecido como "kappala". E usar isso apenas como uma ferramenta ritual antes do início. Um Aghori deve aplicar pira em seu corpo para mostrar simbolicamente a natureza do Senhor Shiva. A parte final do ritual requer comer a carne humana podre e também meditar sentado sobre um cadáver. Ele simboliza a ascensão da Savak (a natureza humana) para Siva.


 Agori segue a regra simples que o universo recita neles. E eles tentam atingir a iluminação através da auto-realização. Muitos dos Aghoris vaguear por aí nua representando a verdadeira forma humana e seu distanciamento do mundo dos mortais, que de acordo com eles vivem no mundo da ilusão ("maya" em sânscrito).Através desta transcendem os sentimentos humanos de amor, ódio, inveja e orgulho. Há muitos Aghoris andando nas ruas do norte da Índia, com seus próprios kappla ( feita de crânio humano). Eles comem coisas como comida estragada e restos de comida de latas de lixo, fesses de animais e urina do animal. Eles realizam regularmente os rituais para o maior nível em "agaratuva" (iluminação). Agories crença a Deus existe em tudo o que se é enterrada vaca ou alimentos. Nada é profano ou não auspicioso para eles, mas tudo é sagrado. Eles ganham seus poderes, fazendo coisas que é considerado profano ou impuro por sociedades. Eles acreditam verdadeiro Aghori deve quebrar todos os laços com as famílias, amigos e todos os bens terrenos e deve viver a vida inteira no campo de cremação e comer e beber apenas através do crânio humano. Eles vagam livremente em qualquer lugar que quiser, onde quer que vá eles vão encontrar a sua casa - campo de cremação. 

Esse vídeo que iremos apresentar possui imagens fortes.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

O poder devastador do Credo ao contrário

Na finalidade de espantar qualquer mal espírito ou qualquer lado obscuro que possa aproximar da vida do ser humano, o Credo se tornou uma arma muito eficaz, sendo tão poderosa em muitos casos contra feitiçaria que possa existir.
Mas o lado inverso dessa oração pode ser muito devastadora, pois quando se reza o credo ao contrária, se determina exatamente o oposto. Os espíritos de baixa frequência, espíritos de pouca luz, se fazer valer dessa rogação para que possam esta agindo dentro da vida material e espiritual ao qual foi direcionada tal oração.
Estaremos aqui ensinando essa oração afim de transmitir um pouco mais de conhecimento do lado oculto da quimbanda, porém peço a você leitor que a utilize com responsabilidade, pois essa oração pode exercer um papel realmente devastador.
Lembro também que ela por si só já é forte o suficiente, porém existem algumas magias que podemos utiliza-la como base para invocação, em um conceito mais satânico.

Credo ao contrário

Amém. 
Eterna vida na carne da Ressurreição na pecados dos remissão na Santos dos Comunhão na Católica Igreja Santa na Santo Espírito no creio mortos e os vivos os julgar a vir há-de onde Poderoso todo Padre Deus de direita à sentado está céus aos sobiu dia terceiro ao ressuscitou mortos dos mansão á desceu sepultado e morto crucificado foi Pilatos Pôncio sob padeceu Maria Virgem de nasceu Santo Espírito do poder pelo concebido foi que Senhor Nosso filho único seu Cristo Jesus em e terra da e céu do Criador Poderoso todo Padre Deus em creio.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O bruxo São Cipriano

A lenda de São Cipriano - O Feiticeiro - confunde-se com um outro célebre Cipriano imortalizado na Igreja Católica, conhecido como Papa Africano. Apesar do abismo histórico que os afasta, as lendas combinam-se e os Ciprianos, muitas vezes, tornam-se um só na cultura popular. É comum encontrarmos fatos e características pessoais atribuídas equivocadamente. Além dos mesmos nomes, os mártires coexistiram, mas em regiões distintas.
Cipriano – O Feiticeiro - é celebrado no dia 2 de Outubro. Foi um homem que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das ciências ocultas. Após deparar-se com a jovem (Santa) Justina, converteu-se ao catolicismo. Martirizado e canonizado, sua popularidade excedeu a fé cristã devido ao famoso Livro de São Cipriano, um compilado de rituais de magia.
A fantástica trajetória do Feiticeiro e Santo da Antioquia, representa o elo entre Deus e o Diabo, entre o puro e o pecaminoso, entre a soberba e a humildade. São Cipriano é mais que um personagem da Igreja Católica ou um livro de magia; é um símbolo da dualidade da fé humana.


O Feiticeiro

Filho de pais pagãos e muito ricos, nasceu em 250 d.C. na Antioquia, região situada entre a Síria e a Arábia, pertencente ao governo da Fenícia. Desde a infância, Cipriano foi induzido aos estudos da feitiçaria e das ciências ocultas como a alquimia, astrologia, adivinhação e as diversas modalidades de magia.
Após muito tempo viajando pelo Egito, Grécia e outros países aperfeiçoando seus conhecimentos, aos trinta anos de idade Cipriano chega à Babilônia a fim de conhecer a cultura ocultista dos Caldeus. Foi nesta época que encontrou a bruxa Évora, onde teve a oportunidade de intensificar seus estudos e aprimorar a técnica da premonição. Évora morreu em avançada idade, mas deixou seus manuscritos para Cipriano, dos quais foram de grande proveito. Assim, o feiticeiro dedicou-se arduamente, e logo se tornou conhecido, respeitado e temido por onde passava.


A Conversão Cristã

Vivia em Antioquia a bela e rica donzela Justina. Seu pai Edeso e sua mãe Cledonia, a educaram nas tradições pagãs. Porém, ouvindo as pregações do diácono Prailo, Justina converteu-se ao cristianismo, dedicando sua vida as orações, consagrando e preservando sua virgindade.
Um jovem rico chamado Aglaide apaixonou-se por Justina. Os pais da donzela (também convertidos à fé Cristã) concederam-na por esposa. Porém, Justina não aceitou casar-se. Aglaide recorreu a Cipriano para que o feiticeiro aplicasse seu poder, de modo que a donzela abandonasse a fé e se entregasse ao matrimônio.
Cipriano investiu a tentação demoníaca sobre Justina. Fez uso de um pó que despertaria a luxúria, ofereceu sacrifícios e empregou diversas obras malignas. Mas não obteve resultado, pois Justina defendia-se com orações e o Sinal da Cruz.
A ineficácia dos feitiços fez com que Cipriano se desiludisse profundamente perante sua fé e se voltasse contra o demônio. Influenciado por um amigo cristão de nome Eusébio, o bruxo converteu-se ao cristianismo, chegando a queimar seus manuscritos de feitiçaria e distribuir seus bens entre os pobres.


Os Fantasmas

Em um capítulo de seu livro, Cipriano narra um episódio ocorrido após sua conversão:
"Numa noite de sexta-feira, caminhava por uma rua deserta quando se deparou com quatorze fantasmas. Essas aparições eram bruxas que imploravam ajuda. Cipriano respondeu-lhes que havia se arrependido de sua vida de feiticeiro, e que havia se tornado temente a Jesus Cristo. Logo depois caiu em sono profundo, e sonhou que a oração do Anjo Custódio o livraria daqueles fantasmas. Ao despertar teve uma breve visão do Anjo. Assim, auxiliado pela oração de São Gregório e do Anjo Custódio, esconjurou e livrou a alma atormentada das bruxas."


A Morte

As notícias da conversão e das obras cristãs de Cipriano e Justina, chegaram até o imperador Diocleciano que se encontrava na Nicomédia. Assim, logo foram perseguidos, presos e torturados. Frente ao imperador, viram-se forçados a negar a fé cristã. Justina foi chicoteada, e Cipriano açoitado com pentes de ferro. Não cederam.
Irritado com a resistência, Diocleciano ainda lançou Cipriano e Justina numa caldeira fervente de banha e cera. Os mártires não renunciaram, e tampouco transpareciam sofrimento. O feiticeiro Athanasio (que havia sido discípulo de Cipriano) julgou que as torturas não surtiam efeito devido a algum sortilégio lançado por seu ex-mestre. Na tentativa de desafiar Cipriano e elevar a própria moral, Athanasio invocou os demônios e atirou-se na caldeira. Seu corpo foi dizimado pelo calor em poucos segundos.
Após este fato, o imperador Diocleciano finalmente ordenou a morte de Justina e Cipriano. No dia 26 de Setembro de 304, os mártires e um outro cristão de nome Teotiso, foram decapitados às margens do Rio Galo da Nicomédia. Os corpos ficaram expostos por 6 dias, até que um grupo de cristãos recolheu e os levou para Roma, ficando sob os cuidados de uma senhora chamada Rufina. Já no império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão.


O Livro

O famoso Livro de São Cipriano foi redigido antes de sua conversão, mas o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro. Uma parte dos manuscritos foi queimada por ele mesmo. A questão é que não se sabe quando, e por quem os registros foram reunidos e traduzidos do hebraico para o latim, e posteriormente levados para diversas partes do mundo.
No decorrer dos anos, o conteúdo sofreu alterações significativas. Houve uma adaptação de acordo com as necessidades e possibilidades contemporâneas; além da adequação necessária na tradução para os vários idiomas. Esses fatores colocam em dúvida a fidelidade das versões recentes, se comparadas às mais antigas.
Atualmente, não é possível falar do Livro, mas sim dos Livros de São Cipriano. As edições capa preta e capa de aço; ou aquelas intituladas como o autênticoo verdadeiro, ou o único, enfatizam um mesmo acervo mágico central, e ainda exaltam o cristianismo e a vitória do bem sobre o mal. Porém, existem grandes diferenças no conteúdo. Enquanto alguns exemplares apresentam histórias e rituais inofensivos, outros apelam para campos negativistas e destrutivos da magia.

sábado, 11 de abril de 2015

O culto à Ìyàmì Òsòróngá

Ìyàmì Òsòróngá não é um orixá, mas sim uma energia ancestral coletiva feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina fechada da Ìyàmì El é ey e (minha mãe senhora dos pássaros), representada pela máscara dos pássaros. A sociedade Òsòróngá congrega as àj é feiticeira que têm poderes de se transformarem em determinados pássaros è hurù, e luùlú, àtióro, àgbìgbò e Òsòróngá, este ultimo refere-se ao próprio som que a ave emite e dá nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos horários mais críticos meio-dia e meia-noite – ocasiões em que é preciso muita cautela para que elas não pousem na cabeça de ninguém.
Suas cerimônias são realizadas no início da estação do plantio relacionado à fertilidade. Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se em duas partes a diurna e a noturna. Segundo nos conta um ìtàn do Òdú Ogbé Ò sá , diz que quando as Ìyàmì chegaram do Òrun pousaram em sete árvores.

Segundo um Ìtòn as 7 árvores das Ìyàmì seriam:
Orobo – Garcinea Cola
Àjànrèré – Ficus Elegans
Iroko – Chlorophora Excelsis
Orò – Antiaris Africana
Ogun Bereké – Delonex Régia
Arere – Triplochiton Nigericum
Igi ope – Elaeis Guineensis
Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose – Adansanonia Digitalia
Iroko – Chlorophora Excelsis
Ìyá – Daniellia Olivieri
Asunrin – Erythrophelum Guineense
Obobo – Não identificada
Iwó – Não identificada
Arere – Triplochiton Nigericum

Ao contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença masculina no culto a Ìyàmì. São detentoras de poderes terríveis, consideradas as donas da barriga (por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém pode com seus Ebó, dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal. São ligadas diretamente ao ÒDÚ ÒYEKU MEJI, são propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa. Seus poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las, vencê-las jamais. Relacionam-se com as Ìyàmì Òsún Ijumu e Òs un Ìyánlá a quem estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem como a Yemonjá Odúa, considerada fundadora do culto GÈLÈDÈ.
Deve-se lembrar, portanto que “òsò” é um título de quem trás o Égan (símbolo de Èsu o qual foi dado através das mãos de Òsòróngá (it ò n ò s éòtúrá) e mesmo assim se foi iniciado no tradicional culto de `Obàtálá /Yemonjá Odùa e ainda tiver profunda relação com Ikú, através de algumas se suas principais ònifás, como Òyèkú méjì, Òbàrà méjì, Òtúrúpòn méjì e algumas outras poucas. O sangue (èjè) não é de nenhum Òrì s à a não ser de Òsòróngá como vemos no Oriki (èjèóyèníkálè o – o sangue fresco que recolhe na terra cobre-se de fungos)

Afirma a tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do fígado e do coração, isto se deve por os chamados Àse das oferendas são de Òsòróngá! Estes órgãos se classificam em comportamentos Ofú (aqueles que produzem a fazem circular a energia no corpo) estômago, bexiga, vesícula biliar, intestino grosso e o intestino delgado, como também em comportamentos Osa (coração, pulmões, rins, fígado e baço – pâncreas) Estes detalhes são importantíssimos no culto à Òsòróngá e principalmente no culto Èfé-Gèlèdè ainda mais se falamos do sacrifício de e l é d é (porco)
Relacionam-se com Òsòróngá: Èsu: somente com sua ajuda é que conseguimos a comunicação com as Ìyàmì, além de ser a prova viva do poder das Ìyàmì. Ògún: o senhor da cabaça de èédú (carvão) – onà iwó oòrùn (caminho do oeste) é bem mais íntimo de Òsòróngá, se não fosse ele o senhor do sagrado ato da oferenda de animais, juntamente com Èsu e Òsòróngá. Yemonjá Odùa (Yemòwo) Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- e y e (cabaça dos pássaros) é a Ìyá’nlá seu nome é modificação da palavra Òdú Logboje, a mulher primordial, também denominada Eleyinjú E g é, a dona dos olhos delicados fazendo parte das divinda desgeradoras representada pelo Preto, fundadora do culto e sociedade Gèlèdè.


Segundo os mitos da tradição afro-descendente, já que o mito é o discurso em que se fundamentam todas as justificativas da ordem e da contraordem social negra, a luta pela supremacia entre os sexos é constante, simbolizada na ìgbá-dù (cabaça da criação), já que o òrì s à Yemonjá Odùa, princípio feminino de onde tudo se cria – representação coletiva das Ìyámí ou mães ancestrais é a metade inferior da cabaça e Òbàtálá ou Òsàlá, princípio masculino, a metade superior. A relação Odùa/Òbàtálá, entendida simbolicamente, não representa uma simples relação de acasalamento do princípio feminino com o masculino. Há um princípio de completude do outro, de que a vida se constrói de mãos dadas e de que cada um de nós na medida em que estabelece esta relação, estabelece um elo mais completo com as coisas que estão à volta.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Tábua Ouija ou brincadeira do copo


Ouija ou Tábua Ouija, criada para ser usada como método da necromancia ou comunicação com espíritos, é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel.
Os participantes colocam os dedos sobre o indicador que então se move pelo tabuleiro para responder perguntas e enviar mensagens. Há um jogo de tabuleiro registrado no Departamento de Comércio norte-americano com o nome de Ouija, mas a designação passou a ser usada para caracterizar qualquer tabuleiro que se utilize da mesma ideia.
No Brasil há uma variante conhecida como a brincadeira do copo ou o jogo do copo, em que um copo faz as vezes do indicador para as respostas. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões.
Veja esse vídeo surpreendente onde a materialização na tábua tomou outra proporção

Codó, a capital da magia no Brasil


Em Codó, onde se diz que o caboclo “Brada” mais alto, afirma-se que aquela categoria de encantado é comandada por Légua Buji Buá, que se intitula filho de Pedro Angaço e Rainha Rosa. Santa Bárbara tem sido proclamada protetora dos terreiros de Mina do Maranhão. Ela valoriza estes caboclos boiadeiros, comparando-os.

Seu Légua vem de uma região do Maranhão chamada Codó, município situado no cerrado maranhense e na bacia do rio Itaperucu. É uma localidade reconhecida por seus terreiros, por ser uma região quilombola ligado ao terecô, ao tambor da mata, relacionada mais com os caboclos e a prática da magia negra.
Entre os encantados mais importantes está ele, Légua Bogi Buá.
Codó, também conhecida como capital da magia negra. Falar desta entidade, de sua família e dos seus dois lados (“banda branca” e banda “preta” – bem/mal) como sempre é dito pelo caboclo Lauro Bogi Buá (da família de “Légua”) que e falar a seguinte frase:
“Eu sou Lauro Bogi Buá, uma banda branca e outra preta, metade de Deus e metade do diabo”. Há diversos mitos de como e quando Légua Bogi chegou a essa região, tanto quanto em relação a sua família e seu comportamento dentro dos terreiros.
(...) Na casa de Jorge, Légua Bogi é jovem, brincalhão meio rude e desbocado, tem numerosos amigos, gosta muito de bebida alcoólica e da brincadeira de Bumba-Boi. Em Codó, no salão de dona Antoninha, ouvimos falar dele como o encantado mais velho do mundo, como filho desobediente (Maria dos Santos) e como um preto velho angolano (dona Antoninha) (...) Em Viana (Maranhão), Légua Bogi é visto pelos médiuns (que tem vidência) como um preto-velho que usa chapéu, parecido com o falecido artista nordestino Luiz Gonzaga. Algumas pessoas o vêem caminhando na cidade; outras, andando sobre as águas do mar, sem afundar. Mas, conforme o curador e “mineiro” Rogério, Légua também aparece a eles como um boi preto, com uma estrela brilhante na testa, que ameaça “parti pra cima” do médium que não cumprir suas obrigações para com ele. Légua Bogi é um dos encantados mais antigos de Codó, mas a família de Légua entrou ali quando já havia acabado a euforia do algodão, e ele veio como um dos “filhos do gado”, daí porque aparece com chapéu de couro e rebenque. Segundo o mesmo informante, em São Luís, eles “aportaram” no início do século XX como uma família já constituída e foram trazidos por Maximiana e por migrantes do Mearim e Codó.
Quando o caboclo Légua Bogi está incorporado sempre se refere ao lugar de onde veio: Codó. A ligação com essa região é relacionada no momento do transe, onde a entidade faz uma ponte entre o Estado que se encontra no momento do transe e Codó (MA)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O sangrento ritual quibayo

Em diferentes partes do mundo existem estranhas tradições e religiões, muitas delas com seus rituais característicos. Alguns desses antigos rituais são vistos hoje em dia como bizarros e até como violentos, mas de alguma forma estão ligados a tradições culturais típicas de certos países. Um dos rituais mais enigmáticos e surpreendentes em todo o mundo é o ritual de Quibayo, na Venezuela. Esse ritual faz parte do culto a grande deusa da natureza, Maria Lionza, também conhecida como índia Yara.

Os adeptos dessa prática bizarra, que teria origem indígena, dizem que o ritual é realizado em meio as montanhas identificadas como encantadas. Segundo eles a cerimônia tem o poder de purificar e afastar todos os males, e essa purificação seria atingida através da incorporação de alguns espíritos e entidades, que seriam os responsáveis pelo auto flagelo da pessoa em transe.


Para os seguidores desse ritual o derramamento de sangue é um fatos de fortificação da existência do ser espiritual.

Anualmente no dia 12 de outubro os fiéis a essa prática se reúnem nos pontos sagrados para prestar sua homenagem a Maria Lionza e para buscar a própria purificação através do ritual de sangue.


A lenda de Maria Lionza

Diz a lenda que Maria Lionza nasceu quando um espanhol estuprou sua mãe, que era indígena. O chefe da tribo mandou mata-la por conta do caráter violento que deu origem a gestação. Porém o xamã previu que a criança nasceria com as características da Rainha da Sorte, mas se que qualquer pessoa da tribo olhasse em seus olhos, isso desencadearia um evento que iria exterminar a etnia.

Dessa forma a criança acabou não sendo sacrificada, mas foi escondida nas montanhas, onde ela cresceu cercada por animais e pela natureza. Certo dia a jovem viu seu reflexo na água de um rio, e ela pode ver seus próprios olhos, o que deu pôs em curso a maldição. Uma grande enchente caiu dobre a região e acabou destruindo a aldeia que viva no vale.

A nível iconográfico, María Lionza é representada como uma mulher com um vestido azul, com jóias e plumas, cavalgando uma anta, sendo acompanhada por animais selvagens como pumas e jaguares.

Confira abaixo alguns vídeos a respeito do ritual Quibayo

As imagens podem ser consideradas meio pesadas para pessoas mais sensíveis, portanto não indico que tais pessoas vejam os vídeos.





A feitiçaria jamaicana, o Obeah

Obeah é, talvez, a mais antiga de todas as religiões afro-crioulos no Caribe.   Seu nome é derivado das palavras Ashanti Obay-ifo ou Obeye, que significa mago ou bruxa.   Os ashantis ou Koromantyn africanos eram da Costa do Ouro, e porque eles foram geralmente pensado para ser eliminados à rebelião e feitiçaria, o espanhol e francês evitou importá-los como escravos.   Assim, a prática de Obeah está confinado à British West Indies, com variações de Guadalupe e Martinica.   De acordo com Margarite Fernandez-Omos e Lizbeth Paravisini-Gerbert, Obeah "não é uma religião tanto como um sistema de crenças enraizadas em noções crioulas de espiritualidade, que reconhece a existência eo poder do mundo sobrenatural" (131).   Além disso, Obeah incorpora duas categorias básicas de prática:   magias, tanto bons como maus, e práticas de cura baseadas na utilização de elementos do mundo natural.   Obeah frequentemente desde um conforto para os africanos deslocados em que eles poderiam contar com um dos seus para a cura e proteção.   No entanto, as contas britânicas de Obeah durante o período colonial descobrir isso tão ameaçador para proprietários de plantações de brancos, e sua prática foi proibida em muitas das colônias britânicas.   Obeah, então, é principalmente uma relação cliente-profissional, com o assunto aflitos procurando a ajuda do homem ou a mulher Obeah numa base individual.  

Crenças e Práticas

Práticas Obeah demonstrar muitos dos aspectos da religiosidade afro-caribenha, como a veneração dos antepassados, possessão espiritual, o sacrifício de animais, e adivinhação, mas não tem um complexo sistema de liturgia organizada e ritual.   Praticantes de Obeah são conhecidos como homem ou mulher Obeah e acredita-se ter nascido com o dom de poderes especiais que são passados ​​de geração em geração, ou então passar por uma conversão milagrosa que lhes confere com os poderes do Obeah.   Uma vez que o dom de Obeah foi identificado, a pessoa geralmente passa o tempo como aprendiz de um homem Obeah praticado ou mulher, a fim de aprender os truques do comércio.   Um praticante Obeah é geralmente procurado por alguém que pretenda fazer uma mudança em sua vida, e o sucesso do homem ou a mulher Obeah está "diretamente relacionada com a reputação que ele estabeleceu como um fitoterapeuta, suas habilidades como ouvinte, e sua capacidade de alcançar os resultados esperados "(Fernandez-Omos e Paravisini-Gerbert 140).  
            
Desde Obeah foi proibido por tanto tempo como uma prática no British West Indies, a sua prática é numa base individual e carece embora "um praticante Obeah pode cantar ou cantar ou entrar em transe no tratamento de um cliente individual," a prática "não tem qualquer semelhança com os complexos rituais de possessão e de invocação dos espíritos através da música e da dança característica de outras práticas crioulas de origem africana" (Fernandez-Omos e Paravisini-Gerbert 136).   O cliente pode procurar o praticante Obeah para feitiços ou encantamentos que auxiliam relacionamentos românticos, ou para as práticas tão variados como escapar de problemas legais ou sorte no jogo.   O homem ou a mulher Obeah consulta com um cliente e, em seguida, recomenda uma solução para o seu problema.   Por exemplo, "banhos, massagens, ou prescrições de cura pode ser aplicada a doenças físicas, enquanto bolsas ou garrafas feitas de várias substâncias-ervas, terra, animais ou matéria corpo humano (cabelo, manicure recorte, sangue e outros fluidos corporais) , artigos de vestuário (colocados em lugares estratégicos ou desgastadas sobre o corpo-são recomendados para outros problemas (Fernandez-Omo e Paravisini-Gerbert 136-7).   Assim, a função social principal de um homem ou mulher Obeah é a de curador.  
            Na sua qualidade de curador, homens e mulheres Obeah são muitas vezes chamados para fornecer proteção contra qualquer número dos espíritos que habitam o mundo dos vivos.  Fetiches, por exemplo, são objetos inanimados que supostamente têm poderes especiais e são transportados para a proteção ou se destinem a ser reverenciado.   Eles são muitas vezes feitas de partes do corpo humano ou de partes de um corpo animal, objetos de roupa e sujeira, com o cabelo de ser um material particularmente poderosa para um fetiche.   Fetiches e outros materiais de proteção são usados ​​para afastar duppies , ou as sombras de homens e mulheres que são deixados para trás.   Duppies não são a alma de uma pessoa, que passa para a vida após a morte, mas em vez disso são a sombra que podem habitar locais específicos.   A fim de proteger contra duppies, o homem Obeah prescreve muitos rituais para que o duppy não vai causar mal ou travessuras.   Por exemplo, "para evitar o retorno de um duppy, ervilhas vermelhas ou otários de banana foram plantadas no túmulo da pessoa falecida" (Moore e Johnson 42).   Da mesma forma, o praticante Obeah podem ser chamados para proteger uma pessoa de Old Higue (Hige), uma velha figura que derrama sua pele e suga o ar dos bebês, que posteriormente morrer.   Old Hige poderia ser destruída se alguém queimado ou danificado sua pele para que ela não poderia voltar a ele.   Como Moore e Johnson afirmam, o homem Obeah protegido um de Old Hige, que também forneceu uma razão para as tragédias que ocorrem na vida todos os dias dos homens e mulheres do Caribe.  

 Myal é uma variação de Obeah que é praticada na Jamaica.   Suas semelhanças incluem:   habilidades em fitoterapia, aspectos de cura, preparação de fetiches e outros objetos para influenciar comportamentos, garantindo proteção, e alcançando seus objetivos.   No entanto, Myal tem um conjunto de rituais comunitários que Obeah, que muitas vezes envolvem canto, percussão, chamando aos espíritos, e de posse muito mais complexa.   Além disso, os homens myal, ao contrário dos homens obeah, são líderes com adeptos e a possibilidade de realização de um transe de possessão em Myal está mais intimamente relacionado com Vodu haitiano, que permite uma conexão mais direta com o mundo espiritual.  

Myalism, por causa da influência de práticas católicas e Africano, pode "diminuir o abismo aparente entre Obeah por um lado e Santería e Vodoun do outro "(Fernandez-Omos e Paravisini-Gerbert 144).   A dança em Myal é uma das práticas mais importantes da comunidade e liga os profissionais para o panteão dos deuses do Oeste Africano.    Como Fernandez-Omos e Paravisini-Gerbert afirmar: "O ritual da dança Myal, uma dança hipnótica em círculos sob a direção do líder, envolvido também uma abertura de fascinação para a entrada do espírito no corpo do iniciado, fornecendo uma ponte entre a característica de posse espírito de práticas afro-crioulos eo enchimento com o Espírito Santo encontrado em algumas variantes do cristianismo Mundo Novo "(145).   Danças Myal foram muitas vezes destinados a recuperar espíritos presos por duppies e maconha e outras drogas alucinógenas foram usadas para melhorar e permitir que o estado de transe.   Porque Myal é muitas vezes considerada "boa" magia em oposição ao "mau magia" do Obeah porque Myal está associada a prática de cura, adoração em êxtase, e possessão espiritual, era mais suscetível a ser absorvida pelos evangélicos cristãos no século 19, e de fato os homens myal agarrado ao cristianismo durante o período Revivalist na Jamaica, porque as distanciou do Obeah e Obeah homens, e em muitos casos, o Espírito Santo substituiu o panteão de deuses do Oeste Africano.  

Política do Movimento

            Depois de 1760, tornou-se punível com a morte para os escravos de praticar Obeah na Jamaica, eo resto das colônias britânicas seguiram o exemplo.   Este impulso para ilegalizar Obeah deveu-se ao foleiro Rebellion 1 em 1760, quando um homem chamado foleiro liderou uma revolta de escravos Koromantyn.   Foi dito que ele deu os escravos a "preparação mágica que deveria torná-los invulneráveis ​​às armas das autoridades" (Bisnauth 83).   A aprovação da lei foi feita para proteger contra a prática de Obeah, que os colonizadores embora poderia levar a novas revoltas.   No entanto, isso foi prejudicial para o sistema de crenças Africano porque qualquer prática de fé era susceptível de ser chamado de "obeah" pelas autoridades, e por isso muitas das tradições africanas neste momento se perderam ou foram tomadas metro (assim a natureza individual da prática Obeah ).   O potencial de revolta e retaliações contra os colonizadores nunca foi muito longe das mentes dos britânicos, e para os povos africanos ", Obeah poderia ter sido ruim magia, mas para muitas pessoas, parecia capacitá-los a moldar sua própria existência através da manipulação os espíritos, tanto benevolentes e malévolos "(Moore e Johnson 46).  
            
Como dito acima, myalism deu lugar a uma forma creole do cristianismo durante o período revivalista, como revivalistas "acreditar na eficácia de obeah, mas enquanto o pastor avivalista pode praticar a cura e fornecer encantos contra doenças e fantasmas (duppies), ele não pode ser descrito como Obeah homem ... Em um sentido real, o pastor é como o Okomfo Akan; ele é um padre, não um homem-obeah "(Bisnauth 96).   O mais importante, no entanto, Obeah e Myal deu-africanos o acesso a uma espiritualidade que eles conectado com o passado e com o mundo espiritual, uma vez que, do ponto de vista Africano "os processos de vida foram envolvidos em um conflito perpétuo com os de morte" ( Bisnauth 96).   Isto é o mais importante para o escravo cuja vida é muitas vezes dominado por morte, e sentir que pode afetar e controlar o mundo natural em oposição às crenças cristãs dos mestres é muito capacitar para os praticantes de Obeah.   Como Moore e Johnson afirmam, a importância mais fundamental de Obeah é que "a preservação de seu sistema de crenças afro-crioula ainda serviu para confirmar a sua intenção de determinar por si mesmos o que era culturalmente apropriada eo que não era.   Foi uma afirmação positiva da autodeterminação cultural em face da pressão hostil de cima "

terça-feira, 7 de abril de 2015

Os ancestrais Egunguns

No ritual de Egungun, reside um dos maiores mistérios da cultura e ritualística Yorubana e Dahomeana. O culto ao Egungun, é um culto aos antepassados das pessoas falecidas que eram iniciadas no ritual dos Orixás ou Voduns ou ainda, no próprio ritual de Egun. Este ritual não é uma propriedade africana única. No Japão, existe uma semelhança no culto aos antepassados também, e que é de prática nacional. É tão sério e popular, que consegue manter a nação unida em torno desta prática. A única diferença entre estes dois cultos é que no Japão não existe a materialização dos antepassados, enquanto que na Nigéria, no Togo, Benin e Brasil, estas “aparições” são comuns e visíveis a todos os presentes.


É também comum na Nigéria vê-se os Ojés (sacerdotes de Egungun), provocando estas materializações, quando jogam várias roupas (axós – trajes) de Egungun no chão e minutos após, estas começam a inflar e tomar formatos humanos como se corpos existissem dentro de cada uma delas. Tais fenômenos acontecem em plena luz do dia, na rua e diante dos olhos de todos. O ritual começa no Ojubó (camarinha secreta), com oferendas, local onde as roupas são abençoadas e recheadas dos “axés”(força e poder), do ritual. Posteriormente, é feita a oferenda de um “agutã”(carneiro), sobre o “gbodô (pilão) o qual será levado à praça pública e invertido no chão, ou seja, colocado de cabeça para baixo. Após tais atos o Ologbô (sumo sacerdote de Egun) manda distribuir as roupas de cada Egungun que irá se materializar, no chão separadas a cada três metros. Ato contínuo, começam as cantorias sob o rítimo frenético dos “abados” (abanadores de palha) batidos em bocas de porrões” (grandes vasos de barro com bocas largas), acompanhados por “gans e agogôs” (sinetas de metal). – Tudo isto segue uma ritualística e está rigidamente dentro de uma hierarquia milenar.


Os “cargos” (títulos sacerdotais) estão dentro de uma nominação que assim está determinada em escala ascendente: 1 Ojé – 2 Eiedun – 3 Ojé Lese Egun – 4 Ojé alagbá – 5 Alapini – 6 Alagbá e 7 Ologbô. – O ritual é masculino e só permite a entrada de mulheres que sejam filhas de Oyá (Iasan) Igbalé, Oyá Zagan, Oyá, Messe Egun, Oyá Tolú e Oyá Izô. Existe um cargo intermediário com o nome de “Ojé Lesse Orisá”, que determina uma intermediação entre o Egungun e o “sirê” (toque) de Orisás ligados aos antepassados. Este cargo e ritual fica mais encravado no ritual de Geledê” da raiz Jêje.

Ritual

O ritual é complexo e exige uma iniciação demorada para aqueles que dele querem fazer parte. A Invocação chamada “Zerim” ou “Sirrum” consiste de cantigas ancestrais de louvação a cada Egun Babá e tem como base sonora os potes (porrões) de boca larga, agogôs, cabaças e “oberós” (alquidares) com água. Alguns “ilús” (tambores) também são usados e se diferenciam dos demais por serem cobertos com couro de “agutan” (carneiro). As roupas pertencentes aos Babás (pais) são confeccionadas em lantejoulas, vidrilhos, canutilhos, espelhos, cetim, telas e uma mistura de tecidos variados contrastantes entre si. Estas roupas não têm aberturas e são totalmente fechadas da cabeça (que varia de tamanho e formato), até os pés.
O ritual começa no barracão com as chamadas e as roupas jogadas no chão ou dependendo da “casa”, as roupas ficam dentro do “Ojubó” e à medida que os Babá vão chegando, estas roupas vão inflando e tomando seus formatos humanos(?), andando e falando. É comum ver-se um Babá sentar-se em um trono e gradativamente começar a desinflar até esvasiar a roupa, diante de todos os assistentes. Cada Babá tem a sua peculiaridade, sua cantiga própria, sua entonação de voz, sua roupa e sua linhagem totêmica. Também materializam presentes que deixam para seus filhos e amigos.


Os Babás não devem ser tocados por mão humana e para tanto são dirigidos durante suas apresentações por Ojés que têm nas mãos os “Inxans” (vara de amoreira) que os conduzem com pequenos toques. Porém, não raro, tanto na Nigéria como no Benin ou Bahia, algumas vezes os Babás permitem que alguém lhes apertem um braço ou uma mão para que todos tenham a certeza de que não existe uma pessoa dentro daquela roupa. Os Babás gritam e falam geralmente no dialeto Yorubá Castiço ou Ewe, no que é traduzido pelo Ojé que o acompanha. Os Babás atendem a pedidos mediante a entrega de oferendas (presentes) de momento com os mesmos escritos ou falados durante a cerimônia.

BABÁS EGÚNS FAMOSOS – Nigéria – Benin – Bahia – Pernambuco

Estes são alguns dos Babás Egungun mais famosos no eixo África - Brasil.

Ojé Ladê – Opetenan – Fatunuké – MamaTeni – Atô – Arô – Ologbojô – Aguian – Baká Baká - Alapiagan – Jootolú – Obilaré – Okin – Arisojí – Ode Layielú – Oba Olá – Oyá Biyí – Lapampa – Sembé – Aparaká – Olúlu – Oyé Ati – Élewe – Alarinsó – Ajóbiéwe – Ajofoyinbó – Aiyegunlá – Alapansanpa – Elegbodó – Awuró - Ijépa – Épa – Élé Fin – Ilóró – Pepéiye – Olókótun – Nouvavou – Mazaca – Zazi Boulonin – Zantahí – Wawá – Nibho – Rataloni – Obé Erin – Ólójé – Ólóhan – Olóbá – Aládáfa – Eléfí, Babá ALAPALÁ e Babá BANBUSHÊ ADINIMÓDÓ.


Estes são os mais famosos Babás do ritual de Egungun do Brasil e na África e, que, de uma certa forma “capitaneiam” os destinos das pessoas e por quê não dizer, o destino do Brasil.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O que é Hoodoo?

O Hoodoo, apesar apresentar semelhanças no nome, diferente do que muitos pensam, não é a mesma coisa que Voodoo. O voodoo é uma religião, possui sacerdotes, divindades, cantos e danças rituais e rituais de iniciação, o Hoodoo é uma pratica magica popular afro-americana, com umas de suas bases principais sendo a magia natural, a magia simpática ou seja semelhante atrai semelhante que em uso mágico se refere a atrair uma coisa que se deseja por uso das leis naturais e “sobrenaturais” com o auxilio da magia e da vontade assim como dos elementos naturais e as energias neles contidas, o folclore Europeu e grimórios medievais. Possui influencia dos africanos traficados e escravizados em terras Americanas, dos índios norte-americanos e dos imigrantes Europeus, e a atualmente compartilha de muitos elementos e conceitos do Espiritismo e Catolicismo. 

O Hoodoo sempre foi praticado por diferentes tipos de pessoas, com crenças distintas e orientações religiosas diversas,  e origens diversas. O Hoodoo é fácil de se praticar e pode ser praticado por qualquer pessoa, o Hoodoo é simples, natural e prático, fazendo uso de ervas, raízes, flores, pedras, conchas, resinas, águas, cristais, resto de animais e terras e outros itens facilmente encontrados na natureza, não é comum fazer sacrifício de animais no hoodoo, poderia até arriscar a dizer que não existe sacrifício de animais no Hoodoo, muitas dessas partes de animais são restos mortais encontrados pelas ruas, comprados em feiras especializadas, nunca se sacrifica um animal para retirar suas partes. O Hoodoo nos EUA também é conhecido pelo termo "Rootwork", que significa "Trabalho com Raízes", porque é muito comum o uso de ervas e raízes no Hoodoo, seja para criar remédios ou mesmo para uso em práticas feiticeiras. Um outro nome pelo qual o Hoodoo também é conhecido é "Conjure", não necessariamente no sentido de "conjurar espíritos" mas também no ato de conjurar o poder ou espírito elemental das ervas e raízes, o Axé dos elementos utilizados nos feitiços são conjurados são para uso do feiticeiro, para o benefício e auxilio do feiticeiro. 
O Hoodoo é fortemente influenciado pelo Animismo, trabalhando com a crença de que tudo possui energia vital o axé e que quando essas são energias combinadas e conjuradas, passam a então a ter grande poder mágico-espiritual. O Hoodoo não tem o foco em “magia negra”, ou prejudicar a ninguém ou efetuar maus tratos a os animais pelo contrário tem por objetivo melhorar a vida das pessoas, ajudar no amor, na prosperidade, na saúde etc. 
O Hoodoo é natural do Sul dos EUA, especialmente New Orleans, na Louisiana, e a área do Mississipi, porém se espalhou pela Califórnia e outros Estados também. Particularmente em New Orleans o Hoodoo e o Voodoo se misturam em alguns elementos por isso muitas pessoas acreditam que hoodoo é o mesmo que Hoodoo embora,  possuam semelhanças, justamente pelas mesclas feitas por praticantes do Hoodoo, é comum ver praticantes do Hoodoo fazerem feitiços chamando pelos Loas (deuses do Voodoo), não há nenhum problema pois o Hoodoo costuma absorver bem elementos variados de muitas culturas, é comum ver praticantes do Hoodoo utilizando, runas (alfabeto mágico de origem nórdica), anjos da cabala, deuses orientais etc. Vejo que com a era moderna, com o passar dos dias e com a expansão tecnológica o Hoodoo tem sido muito divulgado e com essa divulgação muito modificado ou adaptado, pois muitos elementos utilizados na feitiçaria Hoodoo não são encontrados em certas localidades, como diz o ditado quem não possui cão caça com gato, ou seja se for  preciso fazer um feitiço para amor e não possuo uma erva “X”, e conheço uma erva nativa da minha região que possui características e propriedades similares por que não usar? 
Não estou dizendo que você deve mudar a receita do feitiço ,pois se ele foi indicado de um determinado modo certamente ele tem funcionado daquele modo por diversas gerações, mas acredito que a magia é empírica e que certos procedimentos podem ser modificados sem fazer com que o ritual em si perca sua magia, sua energia ou seu axé, e acredito também que que devemos experimentar de tudo, pois somente modificando e experimentando podemos achar as fórmulas necessárias para o sucesso.